ATA DA TERCEIRA REUNIÃO ORDINÁRIA DA QUARTA COMISSÃO
REPRESENTATIVA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 11-01-2012.
Aos onze dias do mês de janeiro do ano de dois mil e
doze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Comissão
Representativa da Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quarenta e
cinco minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores
Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul Torelly,
Engenheiro Comassetto, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Reginaldo Pujol,
Tarciso Flecha Negra e Toni Proença, titulares. Constatada a existência de
quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a
Reunião, compareceu a vereadora Fernanda Melchionna, não titular. Após, foi
apregoado o Ofício nº 027/11, do senhor Prefeito, encaminhando Veto Total ao
Projeto de Lei do Legislativo nº 068/11 (Processo nº 1942/11). Do EXPEDIENTE,
constaram Ofícios do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, emitidos
nos dias vinte e sete, vinte e oito e vinte e nove de dezembro de dois mil e
onze. A seguir, foi apregoado comunicado de autoria do vereador João Antonio
Dib, Líder da Bancada do PP, informando que Sua Excelência substituirá o
vereador João Carlos Nedel na titularidade da Comissão Representativa, nas Reuniões
do dia de hoje e do dia dezoito de janeiro do corrente, nos termos do artigo
83, parágrafo único, do Regimento. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores
Tarciso Flecha Negra, Reginaldo Pujol, Engenheiro Comassetto, João Antonio Dib,
Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul Torelly e Aldacir José Oliboni e a vereadora
Fernanda Melchionna. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores
Aldacir José Oliboni, DJ Cassiá, Engenheiro Comassetto, este pela oposição, Dr.
Raul Torelly e Reginaldo Pujol. Durante a Reunião, o vereador Reginaldo Pujol
manifestou-se acerca de assuntos diversos. Às onze horas e sete minutos, constatada a
inexistência de quórum, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os senhores vereadores titulares para a Reunião Ordinária de amanhã,
à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Haroldo de
Souza e João Antonio Dib e secretariados pelo vereador Carlos Todeschini. Do que foi lavrada a presente
Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º
Secretário e Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra.
O SR.
REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, Haroldo de Souza, fiz questão de
estar aqui na abertura dos trabalhos, de gravata, como uma forma de homenagear
V. Exa., que, com o bom-humor que lhe caracteriza, tem feito algumas cobranças
neste sentido, o que permitiu, inclusive, que fosse esclarecido que é facultado
o uso da gravata neste período, e que facultar não obriga nem desobriga, deixa
em liberdade as pessoas de fazê-lo ou não fazê-lo. Eu resolvi fazê-lo, no dia
de hoje, em homenagem a V. Exa., porque eu tenho muito orgulho de vê-lo
presidindo a Casa neste período. Certamente a Casa desconhece que eu devo ser o
primeiro dos seus amigos em termos de antiguidade a conviver, inclusive nos
períodos anteriores à sua presença na vida pública, quando V. Exa. já
despontava, no radialismo do Rio Grande do Sul, como um dos seus mais
competentes intérpretes, com grandes jornadas – que vão de La Plata a Tóquio –,
e juntos estávamos em momentos em que as bandeiras tricolores tremularam no
mundo, e isso aumentou nosso relacionamento. E quero lhe informar, e dizer à
Casa, que tomei uma deliberação no dia de ontem, e já passei as instruções à
minha Assessoria: para que, imediatamente, prepare um Projeto de Lei - e quero
que V. Exa. assine comigo enquanto estiver na presidência da Casa – e V. Exa.
já adivinhou, para que nós, definitivamente, transformemos em realidade, num
anteprojeto de lei, um velho propósito nosso; já escolhi uma rua na periferia
de Porto Alegre para receber o nome do nosso querido e fraterno irmão, que há
tempos nos fez aquela brejeirice de nos abandonar pelo caminho, companheiro de
tantas jornadas, o nosso querido Feijão, o Lineu Ripoll. Por isso quero dizer
que é a forma que eu tenho de homenagear V. Exa. quando chega à presidência
desta Casa, com todo o mérito, com toda a justificativa e, sobretudo, para
minha alegria. Obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Obrigado, Ver. Reginaldo da Luz Pujol.
Sobre a história das gravatas, Ver. Pujol, houve um
acordo de cavalheiros, mas eu dou a minha opinião espontaneamente: eu gostaria
que todos os Vereadores estivessem de gravata, inclusive o Ver. Proença, que
está solicitando... É uma Questão de Ordem, Ver. Proença? (Pausa.) Então, está.
Comecemos os nossos trabalhos de hoje. (Pausa.) Vamos deixar claro, então, esse
negócio da gravata, só falta agora termos que conversar até ao meio-dia, e as
pessoas nos assistindo, discutindo sobre o negócio da gravata: fiquem à
vontade, usem gravata, não usem gravata! Ela esquenta, né? O paletó é que não
esquenta! Mas tudo bem.
Passamos às
O Ver. Waldir Canal está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Ausente.
O Ver. Toni Proença está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.)
O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.)
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Bom dia Presidente Haroldo, por quem tenho um carinho muito grande, não
de agora, mas de muitos anos. Bom-dia a todos os Vereadores e Vereadoras, a
todos os que nos assistem. O Haroldo sabe que dentro da vivência do futebol
sempre fui muito pontual, e se era oito horas lá no Grêmio, eu estava às cinco
para as oito, e a gravata, como bem foi dito no início, não precisava, mas eu
gosto de usar gravata. Eu saio no Centro, eu venho para cá, eu gosto de usar a
gravata, eu ando de gravata, porque a gravata é um componente que deixa a gente
bonito, elegante. Estou aqui hoje e peço desculpas a vocês, Vereadores, ao
Presidente Haroldo e prometo que nas outras Sessões virei com a gravata, um
componente maravilhoso, que deixa o cara bonito.
Haroldo, Vereadores e Vereadoras, principalmente
nosso Líder do Governo, Ver. João Dib, eu tenho andado na Cidade e há,
principalmente no Centro, onde eu moro e onde convivo, o problema com os
contêineres, pois os contêineres estão lá, tem lixo no chão, e as pessoas me
param, como parlamentar, e a única explicação, Dib, que tenho dado a quem me
procura é que esses contêineres estão em fase experimental, porque não se pode
colocar uma coisa definitivamente sem saber se essa coisa vai dar certo ou não.
Mas a gente vê que deu certo, só está faltando um pouquinho de ajuste, Ver.
Pujol. Tem um contêiner ali na minha rua, na Rua da Praia, na frente do
Exército, e um na frente de sete ou oito edifícios – com altura de mais ou
menos 40 ou 50 metros – onde há muito lixo, a demanda é maior. Então as pessoas
pedem que esse contêiner que está na frente do Exército seja colocado no final
da outra rua para que possa dar vazão a esse lixo, porque o do Exército fica
vazio, porque as pessoas, às vezes, têm receio de ir lá colocar no contêiner
que está na frente do Exército, porque elas acham que o contêiner é só do
Exército. Então, solicitamos ao DMLU que reveja a posição desse contêiner, para
que possa ser utilizado por mais pessoas, para que o lixo seja colocado lá
dentro. Eu acho que foi uma coisa maravilhosa – e a gente aqui tem que tirar o
chapéu para as coisas boas, coisa maravilhosa que o Prefeito Fortunati vem
fazendo pela Cidade, essa limpeza, é só o detalhe de acertar esses contêineres
para que as pessoas possam colocar seu lixo e esse lixo não fique mais na rua,
ainda mais com este calor, pois fica um cheiro muito forte, além de muitas
moscas. O Centro de Porto Alegre tem que ser o cartão-postal de Porto Alegre.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras,
o período de recesso parlamentar, que estamos procurando administrar
devidamente, é, no meu entendimento, um bom período de reflexão sobre o
cotidiano da Cidade, e o Ver. Tarciso acabou fazer uma reflexão sobre um
acontecimento ocorrido ao longo do ano passado, cujos efeitos diariamente
sentimos, que está na nova forma de se coletar o lixo doméstico, com a
utilização dos contêineres, anunciado como um passo à frente na qualificação
dos serviços de limpeza das nossas vias públicas, na coleta de lixo, e que,
evidentemente, depois de dois meses de utilização, esse novo sistema já está a
merecer uma análise e uns ajustes, inclusive determinando alteração da empresa
que realizava essas tarefas, sendo substituída por outra, com aparentes
melhorias, já sentidas especialmente na área a que se referiu o Ver. Tarciso,
que é o perímetro central de Porto Alegre.
Evidente que se sobrepõem a isso, Ver. Haroldo,
algumas realidades do nosso dia a dia que precisam ser por nós enfrentadas de
forma mais direta, sem nenhum tipo de subterfúgio; entre elas, uma, a meu
juízo, se sobrepõe às demais: a chamada liberdade dos sem-tetos, que, de acordo
com a Constituição brasileira, teriam assegurado o direito de ir e vir nas vias
públicas da Cidade. Isso, aqui em Porto Alegre pelo menos, está sendo encarado
com um rigor muito grande, porque ao de ir e vir já se acrescentou o de
permanecer, de ficar, porque as pessoas, garantidas desse direito, acabam
tomando as vias públicas da Cidade - e o perímetro central, a Av. Borges de
Medeiros, a Rua Jerônimo Coelho, Rua Coronel Genuíno, o Largo dos Açorianos e o
Viaduto Otávio Rocha são os lugares preferidos neste período de verão.
É evidente que nós sabemos que, atrás dessas
pessoas, há um universo de problemas, necessárias intervenções sociais no seu
enfrentamento. Mas esse diagnóstico, há muito tempo reclamado, já deveria ter
sido efetivamente realizado, e parece que já o foi. Nós precisamos sair para a
política de enfrentamento desse problema. Já discuti isso em algum momento com
insignes integrantes do Ministério Público, e eu acho que a interpretação que
vem sendo dada a esse dispositivo constitucional não é rigorosamente a mais
correta. Acho que a sociedade organizada, especialmente os Poderes Públicos
constituídos, tem, mais do que o direito, o dever de enfrentar essa situação
com mecanismos adequados, não apenas com discurso filosófico. Por isso, eu quero, Vereador-Presidente, saudando V. Exa. que dirige
os trabalhos, em que pese a aparente inconsequência das nossas reuniões durante
o período de recesso parlamentar, autorizar, determinar e até impor algumas
reflexões, e, essa que o Ver. Tarciso iniciou, eu complemento no dia de hoje,
vinculando a limpeza urbana no perímetro central a esse outro problema que eu
tenho apontado. Muito obrigado a Vossa Excelência.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver.
Engenheiro Comassetto está com a palavra em Comunicações.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Haroldo de Souza; colegas Vereadores, senhoras e senhores que
nos assistem, quero utilizar estes cinco minutos para fazer uma reflexão sobre
um conjunto de polêmicas que estão estabelecidas em Porto Alegre, sejam nos temas
da mobilidade urbana, sobre a questão cicloviária, sejam nas obras que estão
sendo construídas ao longo da Av. Ipiranga, seja na pseudociclovia que o
Governo Fogaça lançou e o Fortunati constrói ainda, lá na Restinga, sejam nos
conflitos do transporte público.
Esses temas todos que
dizem respeito à Cidade são resultado de uma situação constrangedora em que
Porto Alegre se encontra, que é a falta de um planejamento estratégico para o
desenvolvimento urbano da Cidade.
A Secretaria do
Planejamento perdeu totalmente a condição de pensar a Cidade, de planejar a
Cidade e de ter uma visão estratégica.
Os nossos bairros não
recebem uma orientação política urbanística para se constituírem como centros
de bairros, para que ali aconteçam todas as atividades, sejam de caráter
social, que já tenham a destinação e os locais previamente definidos pelo
planejamento urbano onde se instalarão as escolas do Ensino Infantil, onde se
instalarão as escolas do Ensino Fundamental, onde se instalarão as creches,
onde se instalarão os serviços sociais, onde se instalarão os postos de saúde.
Nada disso é planejado: o que acontece é que a Cidade ocupa ou se desenvolve
numa lógica de espontaneidade.
Nos projetos do Programa Minha Casa, Minha Vida, do
Governo Federal, Porto Alegre tem um dos piores desempenhos entre as Capitais
brasileiras. Estão acontecendo na periferia, bem longe das estruturas urbanas,
ou bem na periferia, além de onde já tem infraestrutura. E eu cito um exemplo
aqui, Ver. DJ Cássia: lá na Av. Edgar Pires de Castro, o Repouso do Guerreiro,
380 unidades, num local onde não tem a infraestrutura ainda colocada. Para
levar uma infraestrutura até uma localidade dessas, obviamente que tem gasto
público, e com esse gasto, no investimento em infraestrutura, se está tirando
recurso de outra atividade que poderia ser mais importante em Porto Alegre,
Ver. Dr. Raul Torelly, como a Saúde.
Portanto, este debate, meus colegas Vereadores e
Vereadoras, nós precisamos fazer e exigir que o plano de investimentos no
Orçamento público seja realizado, porque, neste ano de 2011, que findou há
poucos dias, houve um desempenho um pouco melhor do que os anos anteriores,
quando foram realizados somente 38% de todo o recurso alocado para
investimento. Então, nos sete anos da gestão Fogaça, com um ano da gestão
Fortunati, o desempenho do investimento foi de 38%.
Bom, aí o movimento cicloviário vai ao Ministério
Público exigir que o programa do Plano Diretor das ciclovias seja realizado -
com toda razão, porque nós aqui aprovamos leis. Eu digo mais: o Plano Diretor
Cicloviário não está sendo realizado conforme a lei que nós aprovamos, mas
também no Plano Diretor de Acessibilidade não houve nenhum investimento. Nós o
aprovamos em meados desse ano que passou, e o que foi realizado até agora na Cidade?
Nada. O Plano Diretor...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: ...Para concluir,
Sr. Presidente - muito obrigado! - a falta de planejamento estratégico tem
tirado Porto Alegre do cenário nacional e internacional como uma cidade com
qualidade de planejamento. Esta Casa tem a responsabilidade e o compromisso de
se debruçar sobre o tema. Sugiro aos colegas que façamos este debate com
profundidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Obrigado, Ver. Engenheiro Comassetto.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em
Comunicações.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Presidente, Ver. Haroldo de
Souza; Srs. Vereadores, meus senhores e minhas senhoras, eu venho todos os dias
à Casa do Povo de Porto Alegre, compareço a todas as Sessões e permaneço todo o
tempo em que elas se desenrolam; mesmo assim, algumas coisas não consigo
entender. Acho que os Vereadores não têm o direito de criticar as ciclovias em
Porto Alegre; apenas o Ver. Haroldo de Souza e o Ver. João Antonio Dib teriam
esse direito - e não criticam -, porque, no momento em que o Projeto foi
apresentado aqui na Câmara, ele recebeu o voto de todos os Vereadores, menos os
do Ver. Haroldo de Souza e do Ver. João Antonio Dib. O Secretário Afonso Senna
foi um desastre para Porto Alegre!
Em relação ao Minha Casa, Minha Vida, nós aprovamos
todas as áreas aqui, e o DEMHAB faz as construções. Então, não posso entender, por
mais que compareça às Sessões, por mais que fique sentado aqui, as críticas que
são feitas. Espero que as coisas melhorem, mas acho que o Ver. Comassetto tem
razão, sim, quando ele diz que nós temos que discutir mais essa disseminação de
áreas por toda a Cidade, o que pode criar problemas de toda sorte. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em
Comunicações.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Bom dia, Ver. Haroldo de Souza, Presidente da Câmara; às Sras.
Vereadoras, aos Srs. Vereadores e a todos que nos assistem, a nossa saudação.
Eu me preparei para falar sobre o assunto da
estiagem, mas tenho que dizer que concordo com o Ver. João Antonio Dib, no
quesito de que o Secretário Senna foi um desastre para Porto Alegre. E o caos
no trânsito que está instalado se deve a isso. Foi o pior Secretário que
tivemos - praticamente a única unanimidade que temos, aqui na Câmara, é a
avaliação sobre o desempenho desse Secretário.
Ver. Dib, a Ver.ª Fernanda e eu estivemos em
Copenhague, e vivemos lá a experiência de uma cidade com ciclovia. A ciclovia
que está sendo feita não é a que veio no Plano Diretor, no traçado do detalhe,
porque, em relação à parte de execução, não era para ser em cima da margem do
Dilúvio, porque ali é o lugar menos seguro. O lugar mais seguro é junto ao
passei público, como é na Suécia, como é Copenhague. A ciclovia, de novo, ficou
com o que sobra, ficou com a parte mais insegura. Duvido que nós não tenhamos
inúmeras pessoas capotando para dentro do Dilúvio, por mais guarda corpo, por
mais proteção que tenhamos. Então, este Projeto está equivocado. Se a ciclovia
é para valorizar o pedestre, ela tem que estar na parte mais segura, e a parte
mais segura é junto ao passeio público, é na parte interna da via, e não como
está sendo feito.
Mas não foi para isso que me inscrevi hoje, foi
para falar sobre a seca. Estamos vivendo uma situação de calamidade pública no
Estado do Rio Grande do Sul, onde mais de 150 municípios estão sofrendo, Ver.
Oliboni, como nunca se viu antes, com a falta de água, com a estiagem.
Porto Alegre será afetada direta e indiretamente
pela estiagem. Logo, logo, é possível que tenhamos escassez de água no Guaíba,
e, com esse calor, quando temos aquele fenômeno de clareamento das águas,
somado à insolação, há o risco de proliferação de algas - tomara que não, mas
quando isso acontece é muito perigoso, é muito ruim. E, ao mesmo tempo, com
essa crise de estiagem que vamos ter em praticamente um terço dos Municípios do
Estado, vamos sofrer as consequências também na Capital, quer seja pela
escassez de alimentos e consequente elevação do preço dos mesmos, quer seja
pela escassez de oferta diretamente, quer seja pela afetação das cadeias
produtivas da economia, como a do gado leiteiro, do gado de corte e da
suinocultura, por falta de milho; da avicultura, por falta de milho, soja ou
ração; do óleo de soja, do farelo de soja, do biodiesel; enfim, tudo isso vai
ser muito afetado. Pude constar isso porque estive em férias durante cinco
dias, viajando pela região mais afetada, e deu para sentir o drama, o quanto é
calamitosa a situação.
Agora, é sabido que, com as mudanças climáticas,
cada vez mais nós estamos sofrendo com estiagens ou temporais. É evidente que
há também a influência dos fenômenos El Niño e La Niña, que provocam
alternância entre períodos com excesso de chuva e períodos de estiagem, que
acontecem alternadamente no Norte e no Sul do Brasil, mas é preciso ter também
tratamentos e políticas diferenciadas. Não adianta, na hora da estiagem, entrar
em desespero, porque aí não há muito que fazer. É preciso políticas preventivas
de armazenamento de água, de prevenção e fortalecimento dos mananciais, porque
o que temos visto é uma exploração intensiva e cada vez maior de poços
artesianos, bem como o rebaixamento cada vez maior do lençol freático, anulando
as vertentes e as nascentes.
Temos exemplos que, com boas técnicas, é possível,
sim, perder o mínimo, manter o nível de produção, garantir o rendimento das
economias familiares e fazer com que a estiagem, que é um drama, seja
minimizada. Portanto, é necessária atitude por parte dos Governos de todas
esferas e, especialmente, dos agricultores, para que possam passar...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. DJ Cassiá está com a palavra em
Comunicações.
O SR. DJ
CASSIÁ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, funcionários,
servidores, imprensa, senhoras e senhores que nos assistem pela TVCâmara, eu
quero aqui, Ver.ª Fernanda, rapidamente, fazer uma reflexão sobre a questão que
mais se discutiu e que mais se divulgou, de uns meses para cá, que foi o
afastamento de alguns Ministros. Ora, por que eu vou discutir questão nacional?
Porque também respinga na questão municipal da nossa Cidade. Eu não vi e não
estou vendo mais, Ver. Dr. Raul, a imprensa falar em relação a esses Ministros
que estão sendo investigados; de que forma está sendo encaminhada a
investigação desses Ministros que foram afastados, o que me deixa muito
chocado. Na verdade, eu não estou, aqui, acusando ninguém, mas diz o ditado
que, onde há fumaça, há fogo. E eu estou aqui defendendo o senhor contribuinte,
aquele que acorda às 6h da manhã, às 5h da manhã e paga os seus impostos, que
muitas vezes são desviados da Educação. Hoje, há jovens perdendo a sua
juventude, porque têm que optar: ou trabalham, ou estudam; se não trabalharem,
não têm como ajudar a família. Então, Ver.ª Fernanda, o nosso jovem, infelizmente,
está perdendo a sua juventude, e muitos ainda estão no lucro, porque alguns
estão entregando a sua vida para o tráfico por falta de condições, por falta de
uma política de inclusão social. Eu não vejo – vou repetir, não vou me cansar
de falar, Ver. João Dib - quase ninguém defendendo investimento em cultura, até
mesmo, porque eu acho que a cultura não faz parte da Educação, não faz parte da
prevenção. Ver.ª Fernanda, neste País, eu não vejo, por exemplo, a Petrobrás,
uma das maiores arrecadadoras, patrocinando alguma placa dentro de uma
comunidade, em um bairro carente, dizendo que está sendo patrocinado pela
Petrobras determinado evento cultural.
Eu quero dizer também que nós precisamos, aqui em
Porto Alegre, investir mais em Cultura, que, para mim, é um todo. O carnaval,
sim, faz parte da cultura, faz mesmo; a Feira do Livro faz parte da cultura, é
leitura; a Semana Farroupilha faz parte da nossa cultura. Mas, não é só isso,
precisamos de muito mais; precisamos de uma política, que a cultura vá mais longe,
porque eu não vejo a cultura entrar onde, realmente, deveria entrar, Ver.ª
Fernanda, que é lá no topo da vila, lá no meio daquelas comunidades carentes.
Então, não vou me cansar de falar nesta tribuna da
questão da falta de investimentos neste País. Eu vou reforçar: a cultura é
prevenção, sim. Não adianta dizer que temos que combater as drogas, combater
isto, ou aquilo, sem investimento na cultura também. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Dr. Raul Torelly está com a palavra em
Comunicações.
O SR. DR. RAUL
TORELLY: Bom dia a todos, de maneira muito especial ao colega, Ver. Haroldo de
Souza, que muito dignifica o nosso PMDB e a Cidade de Porto Alegre, assumindo a
nossa Câmara Municipal como Presidente neste período. E quero dizer que me
sinto muito satisfeito de estar aqui na Câmara e poder contribuir de alguma
forma com a Cidade.
No início desta Sessão tivemos aquela polêmica da
gravata, e me veio à mente um grande amigo, uma pessoa que eu sempre admirei
muito que não está mais no meio de nós, mas, com certeza, está nos olhando lá
de cima, que foi o Dr. Mário Rigatto, que participou da minha formação, e usou
gravata borboleta a vida toda, no dia a dia. Então era um símbolo da gravata no
nosso Estado e até fora daqui, quando ele fazia as suas palestras.
Quero também dizer da minha satisfação e da minha
homenagem à diretoria do HPS que hoje está saindo, ao Dr. Júlio e ao Diretor
anterior, também um grande amigo, o Dr. Azambuja. Hoje, às 3 horas da tarde,
estaremos trocando a gestão do HPS, uma vez que o Dr. Júlio se aposenta. Têm
sido tomadas medidas que estão revitalizando o nosso Hospital de Pronto
Socorro, com mais de 60 anos de existência, que precisa entrar fortemente na
área de conservação, na área de melhoria das suas internações, enfim. São ações
que o Poder Público, que a Secretaria da Saúde, que a Prefeitura têm feito, têm
definido e já estão em franca execução; nós estamos acompanhando e queremos, o
mais breve possível, ver o nosso HPS revitalizado, tanto na área estrutural,
como na área de recursos humanos, para continuar fazendo aquilo que tem feito
ao longo dos seus mais de 60 anos de existência, que é salvar vidas, é ser
lembrado quando do acidente. O HPS, na realidade, deveria ser inclusive
aumentado, no sentido de ser uma grande emergência, uma grande UTI de
traumato-ortopedia, não só de Porto Alegre, mas de toda a Região Metropolitana
e do nosso Rio Grande do Sul.
Então, eu quero saudar a nova direção que assume, e
que as coisas realmente fluam como estão fluindo agora, em projeção geométrica,
dentro do HPS; esperamos que os recursos humanos sejam valorizados e, ao mesmo
tempo, a parte estrutural, assim como a sua Radiologia, que é questão que já
deveria ter sido enfrentada há muitos anos, que vai ser toda renovada, toda
digitalizada. E Porto Alegre, cada um de nós, com certeza, vai se beneficiar
direta ou indiretamente com isso.
Queria aproveitar também para falar sobre um
Projeto que protocolei recentemente aqui na Casa, que é na questão da
drogadição. A drogadição está sendo enfrentada após muitos anos no Brasil,
inclusive com essa epidemia do crack,
em que nós precisamos atuar de maneira mais forme, mais forte. Eu estou
procurando estabelecer um diploma legal e efetivo na questão da internação
involuntária dos usuários e dependentes de drogas na Cidade de Porto Alegre.
Porque é muito importante que nós não deixemos essas pessoas atiradas pelos
cantos, independentemente da sua própria vontade - muitas vezes, há um doente
que não tem o que fazer por si mesmo e que não quer ser internado. Então, assim
como temos as internações compulsórias, via judicial, e as voluntárias, é
importante que nós incentivemos, que a família, que uma pessoa responsável,
mediante um laudo médico, possa internar e abreviar o sofrimento, o tratamento
dessa pessoa dependente de droga e, com certeza, de todos aqueles que a cercam,
os seus familiares que estão diretamente envolvidos nesse processo de
deterioração da mente e do corpo humano e também a própria sociedade como um
todo. Então acreditamos que é uma contribuição importante. Esse é um processo
que também já vem sendo discutido em nível nacional, tem o apoio do Conselho
Federal de Medicina. Acredito que também vai ser muito importante para que
tenhamos uma sociedade mais qualificada, mais livre da droga, onde todos
possamos nos sentir melhor, trabalhar melhor e sermos mais valorizados como
seres humanos que somos.
Também quero dizer da importância da mobilidade
urbana que temos visto em Porto Alegre; realmente, neste período, está como
gostaríamos que a Cidade fosse. Isso só reforça a necessidade de que as nossas
obras viárias sejam agilizadas, porque, nesse período de férias, estamos muito
mais tranquilos na nossa mobilidade, cada um de nós tem esse exemplo no dia a
dia. Realmente precisamos fazer com que o trânsito em Porto Alegre flua melhor,
de uma maneira mais dinâmica e mais ordeira. Muito obrigado. Saúde para todos!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza, o qual cumprimento e ao qual
desejo um bom mandato na presidência, nesses dias em que o nosso colega Mauro
Zacher está assumindo a Prefeitura Municipal. Neste momento, quero seguir a
deixa que o nosso colega, Ver. Comassetto, falou no início, da falta de gestão
e planejamento no Município de Porto Alegre.
Os jornais nos passam a informação de que as
emergências hospitalares continuam lotadas. Como exemplo, temos o Hospital de
Clínicas, que está com 143 pacientes para 49 leitos; o Hospital Conceição, com
150 pacientes para 50 leitos; a Santa Casa, com 24 pacientes para 12 leitos na
emergência; e o Hospital da PUC, com 28 pacientes para 15 leitos. Nós sabemos
que só vai melhorar, Ver. Dr. Raul, se, lá na ponta, na Unidade de Saúde, o
Programa de Saúde da Família atender ao cidadão na sua comunidade, mas
percebemos que isso não tem acontecido, porque, no verão, o número de fichas
reduz, em vez de aumentar; nós percebemos que a Grande Porto Alegre acaba
utilizando os serviços da Capital. O Interior, um pouco menos, mas também
utiliza muito, porque Porto Alegre é um centro de referência de atendimento
médico, mas o Gestor continua olhando, olhando, olhando, e não busca a solução,
Sr. Presidente. Este momento poderia ser um período de baixa, exatamente porque
o número de cidadãos e cidadãs que procuram atendimento é menor, em função de a
grande maioria estar em período de férias e se deslocar da sua cidade; portanto,
o número de cidadãos é bem menor neste momento em Porto Alegre; deveria haver
uma certa tranquilidade, como percebem, por exemplo, aqueles que utilizam o
carro na cidade, que ela está um pouco mais vazia, o que não é o caso do
transporte coletivo, que continua com problemas.
Então, nós percebemos que há falta de gestão e de
planejamento, as quais são fundamentais para um gestor, na medida em que
dialogam com o assunto trazido pelo colega Ver. Todeschini; quando, no
Município, não há um plano de manejo ou um plano para poder dar ao cidadão ou
aquele que mora no Interior, aquele agricultor, a possibilidade de ter um açude
ou uma produção irrigada, é óbvio que, na primeira catástrofe, na primeira
enchente ou seca, ele passa a ter esse problema agravado. A falta de gestão
acaba sendo transferida para a vida do cidadão. Por isso é que o cidadão, em
Porto Alegre, embora no verão, em um período em que há muito menos população na
cidade, as emergências ainda continuam lotadas. Infelizmente, o gestor é muito lento,
mas muito lento mesmo! Por isso, nós estamos nos indignando com essa ação,
porque a gente percebe, como aconteceu recentemente com a divulgação, em nível
federal, de que mais de R$ 20 milhões deixaram de usados para o programa de
irrigação ou de combate à seca no Rio Grande do Sul, e que esse dinheiro ficou
disponível e só não foi utilizado por falta de projetos. Vejam só o descaso em
relação a isso! Por um lado, o Governo Federal anuncia recursos; por outro; a
falta de gestão e de planejamento deixa ficar parado esse recurso, e os
cidadãos, de uma certa forma, são atingidos diretamente. É nesse sentido que
nós, como Vereadores, temos que dar uma chacoalhada nos governantes, sejam na
área federal, estadual ou municipal. É preciso ser mais rápido, mais
competente, ter mais agilidade, Ver. João Antonio Dib, senão nós somos iguais
aos outros, não somos diferentes. Por isso, o que vale é a diferença, é a
criatividade e a rapidez neste momento de crise. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Haroldo de Souza): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra em
Comunicações.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Srs.
Vereadores, público que nos acompanha, primeiro, eu gostaria de saudar o
pronunciamento do Ver. Aldacir Oliboni, que foi muito produtivo. Ele trouxe a
esta tribuna um problema sério que se aprofunda nas emergências da nossa Cidade
justamente pela ausência de atendimento das especialidades na Unidade Básica de
Saúde, por uma política de Saúde descentralizada, ou mesmo, Ver. Oliboni, por
problemas na informatização. A Prefeitura fala que está às mil maravilhas, mas
eu tenho inclusive um caso de uma familiar que está há nove meses na espera, e
sequer foi para o sistema o pedido de consulta na especialidade de ortopedia
com urgência, no caso da pediatria. SUS!
Sem contar com o Instituto Municipal de Estratégia
de Saúde da Família, a que nós fomos contra, Ver. Todeschini. Brigamos contra a
privatização junto o Conselho Municipal da Saúde, junto com o Simpa, junto com
o Simers e com os movimentos sociais da saúde que defendem a Saúde pública. A
Prefeitura optou, através da sua base aqui na Câmara Municipal, votar, de
maneira açodada, atropelada, sem ouvir a inteligência da Cidade que era contrária ao projeto do IMESF, que foi aprovado por esta Câmara,
apesar da ausência do debate. O Tribunal de Justiça diz agora que o IMESF é
inconstitucional. Nós continuamos contra a lógica da privatização dos serviços
e atendimentos da Saúde da população. Entretanto, Ver. João Antonio Dib, o que
se perde com a declaração de inconstitucionalidade feita pelo Tribunal de
Justiça? Em dez meses, o Governo não fez nada sequer para implantar um projeto
que ele mesmo defendia! Não teve um médico contratado, Ver. Todeschini! Não
teve uma equipe nova no Estratégia da Saúde e da Família para atender a
população da nossa Cidade, que menos de 30% é atendida pelo Programa da Saúde
da Família, que poderia desafogar as emergências, que poderia trabalhar com a
lógica da Saúde preventiva ali estabelecida! Nós estivemos juntos defendendo um
médico da Coqueiros, que era parte da vida da comunidade, quando a Sollus ainda
estava Sollus, que onerou em R$ 9 milhões o Município, quando a Sollus ainda
estava lá e demitia à revelia os médicos, os enfermeiros, aqueles que
discordavam do gestor e tentavam mudar a Saúde pública! Mas nada foi feito.
Então, ele foi cassado, o Tribunal de Justiça o declarou inconstitucional.
Entretanto, Porto Alegre nada perdeu porque a Prefeitura sequer havia tirado do
papel um projeto seu, votado de maneira açodada, votado de maneira atropelada,
sem ouvir os movimentos sociais da Saúde da Cidade.
Em segundo lugar, eu
gostaria de falar do problema da ciclovia. Primeiro, vale a pena dizer que é
uma ciclovia que sai de algum lugar e vai para lugar algum porque uma cidade
planejada, para ter um modal e apostar no uso das bicicletas, as ciclovias ou
ciclofaixas deveriam entrar pela Av. Ipiranga e sair pelas ruas, permitindo o
seu uso como meio de transporte. Nós, evidentemente, queremos uma ciclovia na
Av. Ipiranga, mas ainda não existe a lógica de apostar no uso da bicicleta e de
respeitar os ciclistas na nossa Cidade, porque o Plano Diretor Cicloviário,
aprovado em 2009, não saiu nada do papel, nada! A ciclovia que está sendo feita
é uma contrapartida que está sendo exigida, e nós queremos que essas
contrapartidas sejam exigidas, mas, ao mesmo tempo, não existe uma lógica de
cidade de integração dos modais do transporte. Segundo ponto, uma ciclovia em
que se o ciclista cai por um lado, pode cair no Arroio Dilúvio, e, se cai pelo
outro lado, pode cair na Avenida, é uma ciclovia pensada por quem não aposta em
ciclovias, por quem não aposta nos ciclistas, por quem não está inclusive
preocupado com a segurança física dos ciclistas porque o Arroio Dilúvio é muito
perigoso e, por outro lado, a Av. Ipiranga mais ainda, com alto fluxo de carros. Terceiro
ponto, eu achei lamentável a tentativa de criminalizar e tutelar o movimento
que defende o uso da bicicleta, como o movimento Massa Crítica. Mas acho que
uma coisa, pelo menos, o próprio movimento conseguiu pautar, que é a abertura
do inquérito no Ministério Público para investigar se os 20% das multas estão
sendo investidos nas ciclovias, nas ciclofaixas, no uso da bicicleta na cidade
de Porto Alegre, para investigar a execução do Plano Diretor, porque isso, sim,
é fundamental: o Plano Diretor Cicloviário...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Obrigado, Ver.ª Fernanda Melchionna.
O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Haroldo de Souza; colegas Vereadores e
Vereadoras, eu estava acompanhado pelos jornais um assunto muito polêmico na
nossa Cidade que diz respeito à contestação do Prefeito Municipal em relação ao
plano de combate a incêndio que acabou levando à interdição da Usina do
Gasômetro. O nobre Prefeito Fortunati faz um questionamento sobre essa ação do
Ministério Público, da qual o Prefeito teria discordado, enfim. É um assunto
trazido pelos jornais, todo cidadão de Porto Alegre e Interior estão
acompanhando.
Ora, nós entendemos que, por mais simples que seja
uma empresa, ela tem que apresentar um plano de combate a incêndio, senão não é
liberada uma série de questões: funcionamento, habite-se e tantas coisas mais.
Aí, o Prefeito Municipal resolve fazer um enfrentamento com o Mistério Público
dizendo que é perseguição política, enfim, uma forma que não condiz com a sua
autoridade. O Prefeito, inclusive, tem que ser exemplo, modelo, no sentido de
orientar o cidadão, para que ele saiba se comportar, encaminhar o recurso e
também criar possibilidade de funcionamento na sua empresa. E o Prefeito diz
que muitas outras entidades, que o Governo de Estado e tudo mais têm problemas
na nossa Cidade. Aí, nós perguntaríamos: “Será que todos os prédios públicos
têm habite-se? Será que todos os prédios públicos têm um plano de combate a
incêndios, liberado, inclusive, pelos bombeiros, que
foi a causa principal da interdição da Usina do Gasômetro? Claro que não, nós
sabemos que não. Mas o Poder Executivo é o primeiro a cobrar daquele cidadão um
plano de combate a incêndio, senão, sua empresa, sua entidade não abre. Ou nós
vamos defender a legalidade ou nós somos todos iguais e não podemos dar multa a
ninguém.
A questão da ética,
da transparência e, mais do que isso, da possibilidade legal, das coisas
existirem pela legalidade, é uma forma em que todos nós, Legislativo e Executivo,
temos de nos pautar, porque esse é o exemplo que nós podemos dar aos cidadãos e
às cidadãs que nos olham de uma forma muito presente e vigilante: por que eles
podem e nós não podemos? Por que eles podem estar irregulares e nós, cidadãos,
não podemos?
Então, eu creio que
esta posição deve ser revista, com certeza. Entendemos que todos nós, para não
darmos a impressão de que ali pode ser um acidente e sermos responsabilizados
por isso, Ver.ª Fernanda, com certeza, o Prefeito poderia dizer – o qual fez, implementou
o recurso e ao recurso está a implementação do plano de combate a incêndio -,
mas demonstrar e implementar em toda a Cidade, nos prédios públicos, nos quais
seria um escândalo se acontecesse um acidente e ele não tivesse esse
planejamento.
Então, é aquilo que
nós estávamos falando, a falta de planejamento acaba, às vezes, levando os
cidadãos a perderem a sua vida, a tropeçarem no caminho, como aconteceu ali no
Interior, naquele trágico acidente da família que perdeu três crianças.
Infelizmente, a falta de informação àquelas crianças, a falta de planejamento,
aquela máquina acabou sugando três crianças, num local onde elas foram para se
divertir, para amenizar o calor, entrando na água. Vejam só, com é a vida, a
falta de informação, de planejamento, coloca em risco muitas vidas. E nós temos
de nos rebelar e nos indignar com situação dessa natureza, que acaba levando a
vida de muitas pessoas. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. DJ
Cassiá está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. DJ
CASSIÁ: Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza, a quem saúdo mais uma vez, o meu
abraço, e desejo boa sorte no seu mandato como Presidente, em exercício, desta
Casa, e como Vice-Presidente desta Casa.
Ver. Aldacir Oliboni, é indiscutível o respeito que
tenho por V. Exa., devido o seu trabalho, a sua dedicação e a sua luta em
relação à Saúde. No Brasil, se existisse pena de morte, a pena de morte seria a
Saúde Pública. E por que, Dr. Raul? Porque são os inocentes que pagam com a
vida, aqueles que mais trabalham para o desenvolvimento deste País, pelas suas
cidades, são os que pagam com as suas próprias vidas, porque não têm condições
de pagar um plano de Saúde, e eles precisam da Saúde Pública. Se existisse pena
de morte neste País, seria na Saúde Pública.
Quero dizer que a Saúde, na nossa Cidade, não está
100%, claro que não, mas melhorou muito na gestão do Secretário Casartelli,
melhorou muito! Um Secretário que atende à sociedade, e que nunca deixou de
atender a um pedido de algum Vereador ou Vereadora desta Casa, quando foi
solicitada uma audiência ou uma reunião. Agora, sabemos que ainda temos muito
que fazer pela Saúde, mas quero dizer que muita coisa melhorou na gestão do
Secretário Casartelli.
Eu pergunto ao Ver. Dr. Raul, como médico, se essa
tal de Emenda 29, que está lá grudadinha no Governo Federal, fosse liberada,
será que não resolveria grande parte dos nossos problemas com a Saúde? Será que
não resolveria?
Agora, eu sou parceiro para fazer essa corrente com
a Bancada do Governo Federal, que admiro bastante e com a qual tenho uma
relação excelente, e quero fazer uma provocação aos Deputados
Federais dos seus Partidos e do meu Partido para que façam com que essa tal
Emenda nº 029 saia, pois eu tenho certeza de que muitas e muitas coisas que se
discutem aqui em relação à Saúde podem ser resolvidas. Eu não sei porque não se
fala mais nessa Emenda aqui, não sei porque não se discute essa Emenda aqui,
ela não tem a ver conosco? Essa Emenda nº 029 está lá, e se o Governo Federal
liberá-la, repito, muitas vidas, com certeza, serão salvas.
Ver. Dr. Raul
Torelly, escutei aqui o seu pronunciamento sobre prevenção na questão da
drogadição.
(Aparte
antirregimental do Ver. João Antonio Dib.)
O SR. DJ CASSIÁ: Exatamente. Ver.
João Antonio Dib, há pouco tempo, usei a tribuna e falei sobre a falta de
investimento na área da Cultura. E repito: cultura também é prevenção, Ver. Dr.
Raul Torelly, é prevenção. Nós temos que ter a prevenção, não podemos deixar
que o jovem, seja quem for, ou o adulto chegue a um hospital, já tomado pela
droga ou pelo álcool. Nós temos que ter uma política de prevenção, que está na
educação de qualidade e também na cultura. Por que educação? Porque a filha do
seu João, que não está cursando a faculdade, que não tem universidade, tem 5,
6, 7, 8 filhos, enquanto que aquela menina que faz faculdade tem, no máximo, um
filho, ou nenhum. Isso é prevenção. E eu repito: prevenção se faz também com
investimento em cultura. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver.
Engenheiro Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela
oposição.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, senhoras
e senhores que nos assistem, vou voltar aqui a falar sobre o tema do
planejamento da Cidade, sobre as ações preventivas que
a Cidade tem que ter e sobre a responsabilidade do gestor público na condução
dessas ações. Nessa polêmica estabelecida na Cidade, quanto à questão dos
laudos de incêndio, de quem é a responsabilidade? Bom, primeiro, quero dizer
que existe legislação sobre isso. Existe uma legislação estadual e uma lei
municipal, a Lei Complementar nº 420, de 1998, que regulamenta toda a elaboração
dos projetos e dos planos de prevenção contra incêndio. E qual é o órgão
responsável por isso? A Secretaria Municipal de Obras e Viação. Mas há um
problema no meio desse caminho. Qual é o problema? Qualquer construtor, quando
vai fazer o prédio, elabora a proposta do plano de ação contra incêndio, remete
para a Secretaria Municipal de Obas e Viação, que faz a análise e aprova, e, a
partir daí, remete ao Corpo de Bombeiros para que ele faça a análise final e
diga se está tudo bem para que possa entrar em operação. Só que a Lei Municipal
existente estabelece também que o Município de Porto Alegre realize um convênio
com o Corpo de Bombeiros. E aqui está o “x” do problema, que não foi dito em
momento nenhum deste debate: desde dezembro de 2004, Porto Alegre está sem um
convênio formal com o Corpo de Bombeiros. Portanto, o Corpo de Bombeiros, no
que diz respeito à sua atuação, não está legalmente compromissado e
responsabilizado, porque o Município não renovou o convênio com ele. Então,
Porto Alegre está, desde 2005, sem convênio com o Corpo de Bombeiros. Nesse
sentido, quem é o responsável por realizar o convênio, quem é que propõe? O
Município de Porto Alegre. Então, eu gostaria, sobre esse tema da polêmica... E
eu não vou falar em cobrar a responsabilidade do Ministério Público ou da
Câmara de Vereadores. Nós sabemos que essas duas instituições têm a
responsabilidade de fiscalizar, agora, o que não pode acontecer é a Cidade
ficar paralisada por uma falta de gestão pública municipal a respeito dos
sistemas de aprovação e análise de projetos. E em cada prédio desses, no caso,
a Usina do Gasômetro, bem como a pista de eventos, onde transitam e se encontram
milhares de pessoas, se não há um plano de combate a incêndio aprovado e em
vigor, de quem é a responsabilidade? É nossa aqui também, por deixar que aquilo
aconteça sem o plano. De quem é a
responsabilidade de fiscalizar e de conduzir? Da Prefeitura Municipal de Porto
Alegre.
Então, essa é a polêmica. E eu volto aqui, Ver.
Reginaldo Pujol, a trazer a discussão sob o ponto de vista da análise do
planejamento da Cidade. Então, o planejamento da Cidade, na sua totalidade,
está caótico. E nessa polêmica estabelecida o Ministério Público está
cumprindo, sim, o seu papel, pois se acontece um acidente durante o carnaval,
como é que o Ministério Público vai explicar que sabia do ocorrido e não se
manifestou? Ele tem ou não responsabilidade? Tem. O que nós não podemos é
paralisar a Cidade nos seus grandes eventos, seja na Usina do Gasômetro, ou em
todos os outros prédios públicos, por um problema de gestão pública municipal.
E volto aqui para concluir e dizer que há a lei municipal e Porto Alegre está
sem convênio com o Corpo de Bombeiros desde dezembro de 2004. Até o momento não
foi renovado esse convênio. Um grande abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Dr. Raul Torelly está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. DR. RAUL
TORELLY: Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Srs. Vereadores, público que nos
assistem, o nobre colega Ver. DJ Cassiá se referiu muito à questão da Saúde, no
seu pronunciamento anterior, e ele tem muita razão naquilo que coloca. Porque é
muito claro para nós que militamos nessa área da Saúde há mais de 30 anos... O
HPS, por exemplo. Quando eu estava trabalhando lá, em 1977 - são 35 anos desde
aquele período no HPS, que hoje está trocando a Diretoria, a gestão... Então, o
que nós temos a dizer, a contribuir nesse processo? Acredito que muito, e temos
conseguido algumas coisas importantes. Nós não podemos, por exemplo, ser
coniventes com essa postura do Judiciário, e muitas vezes do Ministério
Público, de atravancar a evolução da Saúde. O Judiciário, recentemente,
concedeu uma liminar dizendo que o IMESF - o Instituto Municipal de Estratégia
de Saúde da Família, aqui votado, que vai, com certeza, fazer com que possamos
contratar, dar dinâmica para o pessoal da Saúde, aos recursos humanos, que vai
ampliar unidades de saúde, equipes de saúde, que vai fazer com que os
funcionários possam transitar melhor, atender melhor a população - não é
constitucional. Isso ainda vai a julgamento; daqui a alguns dias, teremos o
julgamento por uma câmara maior, constituída por mais de 20 desembargadores.
Mas essa é uma postura de quem não conhece o funcionamento da Saúde pública, é
uma postura de quem tem um bom plano de saúde, pode ir para qualquer lugar,
pode ser atendido nos melhores hospitais a qualquer tempo. Isso a gente não
pode aceitar. Quem é da área da Saúde, quem trabalha, como eu, há mais de 30
anos, no postinho de saúde da periferia, que sabe como é a situação lá, que
sabe que nós realmente precisamos, e muito... O que o povo clama? O povo quer
mais médicos para o SUS. Esta é a realidade: mais médicos para o SUS! É só ir a
qualquer lugar da nossa Cidade que atende pelo Sistema Único de Saúde e
perguntar o que está faltando. A resposta número 1: falta de médicos no SUS,
sejam clínicos ou especialistas. Por que as consultas para especialistas pelo
SUS estão atrasadas, fazendo com que ainda haja filas? Porque não temos
especialistas que queiram trabalhar pelo SUS. E isso acontece por quê? Por
falta de remuneração adequada, por falta de valorização dos médicos que
trabalham no SUS. E onde isso se reflete? Direto no atendimento à saúde da
população, seja no postinho de saúde da vila, seja num hospital público de
maior tamanho, como é o caso do Hospital Nossa Senhora da Conceição. Então,
precisamos priorizar essa questão. E não é aprovando a Emenda n° 029, em nível
federal, da maneira como foi aprovada após 11 anos de tramitação para sua
regulamentação, Ver. Pujol, que nós vamos conseguir priorizar efetivamente a
Saúde no nosso País. Houve um ganho relativo com essa aprovação, mas houve
também um retrocesso, porque a parte do recurso federal previsto, que é o
grande recurso para a Saúde, foi colocado em um segundo nível, ou seja, virá
muito menos dinheiro do que a Emenda, no seu original, previa, que eram 10% da
renda bruta, dos tributos brutos, enfim, do que o País arrecada. Isso vai dar
uma diferença hoje, do Produto Interno Bruto, que vai ser um índice muito menor
do que esses 10%, que vão ser investidos na Saúde, ano a ano.
O que nós temos a dizer? Que estamos lutando por
uma saúde melhor! Queremos a abertura, o mais rápido possível, da UPA da Zona
Norte, que lá estivemos visitando, recentemente, em várias ocasiões. Está
pronta, o prédio está praticamente pronto. Precisamos que seja equipado e, como
ficou acordado, que o Grupo Hospitalar Conceição coloque ali os profissionais,
para que esse atendimento, tão importante para a Cidade de Porto Alegre, possa
iniciar o mais breve possível. Obrigado. Saúde para todos!
(Não revisado pelo orador.).
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores,
no meu pronunciamento anterior, ainda nesta manhã, afirmei que este período de
recesso parlamentar era estimulador da reflexão a respeito da realidade do
nosso cotidiano. Reafirmo essa colocação.
Na verdade, cada pronunciamento que aqui surge,
aumenta o espectro, em cima do qual essa reflexão pode ser realizada.
Agora mesmo ouvi o Dr. Raul falando da Emenda 29.
Que frustração, Vereador! Depois de 11 anos ter o fim que está tendo... Era
melhor não ter começado.
Esse é um dos grandes paradoxos deste País de que
as coisas, Ver. DJ Cassiá, alongam-se no tempo, e a solução preconizada, quando
o assunto passa a ser timidamente enfrentado, acaba se desgastando no decorrer
do tempo, e aí temos aquela situação que o nosso popular define como “a emenda
foi pior do que o soneto”. Era melhor ficar com o soneto. Às vezes, a enfrentar
mal um problema, é melhor deixar o problema.
Ouvia-se, há algum tempo, quando se decidiu fazer o
Ginásio Tesourinha, ali onde foi feito, como ginásio
municipal, com uma capacidade muito reduzida, eu disse: mataram a ideia de
fazer um ginásio municipal, não vão resolver o problema e vão eternizar essa
situação.
Então, vejo o Brasil,
hoje, Ver. Dib, como um país dos paradoxos, desde o máximo até o mínimo. Não
adianta ficar discutindo a Saúde em Porto Alegre. A Saúde em Porto Alegre sofre
todas as consequências da Saúde no Brasil, que, por sua circunstância e
característica, é vitimada pelos grandes impasses nacionais, a começar por essa
euforia que hoje o Brasil vive em uma inversão ilógica do seu equacionamento
econômico, Ver.ª Fernanda. Veja vem, o Brasil hoje festeja que tem quase 360
bilhões de dólares como reserva, fruto do suor dos brasileiros que produzem
anualmente uma economia considerável. Esses 360 bilhões de dólares - as nossas
reservas - estão sendo colocados no mercado internacional com uma remuneração
de 0,5 % ou 1% ano. Em contrapartida, para manter isso e dizer que o Brasil é
quinta ou sexta economia do mundo, Ver. Dr. Raul, nós recolhemos, ficamos
felizes e proclamamos: recorde de entrada de dólares no País, que entram na
Bolsa, que entram no Mercado brasileiro, remunerado a mais de 10% ao ano,
quando a nossa reserva é remunerada a 1% ao ano. Isso é um paradoxo. Isso é figura
do novo rico bobo, que resolve comprar um carro novo e quer economizar na
gasolina.
Se nós não
equacionamos os grandes entraves da economia brasileira, o restante é
consequência, é o cobertor que fica cada vez mais curto e, quando o puxamos
para cobrir as despesas com a Saúde, falta verba para a Educação; quando o
puxamos para cobrir as despesas com Educação, vai faltar verba para a
infraestrutura, e por aí se vai.
Então, essa reflexão
em cinco minutos, desse tipo, Ver. Haroldo, nós devíamos ter feito em 50
minutos, para aprofundar esse fato e aproveitar bem esse período de reflexão,
porque, senão, nós vamos morrer apontando diagnósticos sobre a economia
brasileira sem contribuir para a solução. No Brasil, sem a restauração de uma
verdadeira Federação, não há solução para os problemas do Município e do
Estado, ao ponto que, hoje, no Rio Grande do Sul, como em vários Estados da
Federação, a grande alegria é que o Governo nos autorizou a dever mais para os
órgãos de financiamento. Eu nunca vi alguém festejar, devendo mais. Assim,
fazem os Estados, membros da Federação, que cada vez mais se inviabilizam.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Obrigado, Ver. Reginaldo Pujol.
Não há mais inscritos.
Visivelmente,
não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Reunião às 11h07min.)
* * * * *